Biblioteca tem cheiro?
Tem!
Conforme o vento, um aroma de pipoca doce do carrinho da praça invade o ambiente e é tão forte que já está nos causando hiperglicemia coletiva.
Já na hora do almoço, é a vez de sofrermos com o perfume da comida do vizinho (ou vizinha).
O cheiro é tão bom que, certa vez, uma leitora perguntou se eu estava escondendo um porco atrás do balcão tamanho o ronco que o meu estômago deu.
Infelizmente, nem todos os cheiros são agradáveis...
Quem trabalha com público sabe que é normal se deparar no final de uma tarde de verão com um trabalhador que passou o dia na luta e que vai chegar até a gente um pouco suado.
Isso é entendível e perdoável.
Agora, o que eu não entendo é a pessoa chegar aqui logo cedo, assim que abrimos, cheirando à pizza vencida de aliche com cebola extra.
De todos esses casos sobre cheiros, há um que considero o mais bizarro.
Numa tarde, estávamos trabalhando normalmente quando, de repente, ouvimos um estrondo alto e prolongado.
Olhamos um para o outro e eu disse:
- Será que vai chover?
O céu era azul de outono. O tempo, extra seco. Não ia chover nem a pau!
O barulho se repetiu. Mais alto e mais forte.
Seriam anjos apocalípticos anunciando o fim do mundo com suas trombetas?
Não.
Era um leitor na sala ao lado cuja flatulência poderia encher um balão com um só golpe.
Neste dia, agradeci muito a Deus por estar com sinusite e não conseguir sentir cheiro de nada.
Já minhas colegas de trabalho estavam quase morrendo asfixiadas pelas bombas do leitor que certamente em breve será contratado pelo Talibã.
Falando dos meus colegas de trabalho, não posso reclamar. Todos apreciam um bom perfume.
Certa vez, uma ex-colega, hoje aposentada, saiu do toalete e um senhor que estava ao bebedouro olhou para ela com olhar sedutor e disse:
- Nossa! Que perfume gostoso...
Mas a colega muito irritada respondeu:
- Isso não é perfume. Isso é BOM AR!
E saiu toda magoada e chorando.
Se ela se chamasse Gabriela, já teria ganhado um apelido: "Gabriela Cravo e Canela", porque este era o aroma do odorizador de ambiente.
Mas se chamava Ana.
Pior q é bem assim, cheiros pra todo gosto, de livro novo, livro velho,livro podre(pessoas descartam livros achando q estão fazendo doação). Cheiro de perfume bom e outros vencidos, enfim cheiros e mais cheiros! temos tbm vários tipos de som, lamentável que ouvimos som com cheiros.
ResponderExcluirKkkkk
ExcluirEssa do descarte de livros dá uma boa história.
Incrivel texto!!!! Anciosa para que poste mais 😊 O cheiro dos proprios livros são também incomparáveis, seja ele novo ou velho.
ResponderExcluirValeu, Fran! Sem dúvida, livros são demais!
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