Uma das coisas mais irritantes desta vida é gente batucando no balcão da biblioteca.
Se você, leitor ou leitora, também trabalha atrás do balcão e passa por isso, seus problemas acabaram! Abaixo, segue um turorial de como fazer um batuqueiro parar.
Técnica número 1:
Assim que o cliente começar a batucar, pare imediatamente de atendê-lo e fique olhando fixamente nos seus olhos. Ele vai parar. Sempre funciona! Por quê? Depende. Observe as reações dele.
Se o cliente parar de batucar e dar um passo para trás com expressão de espanto, certamente estará pensando que você, olhando fixamente para ele sem piscar, é um psicopata que a qualquer momento vai fincar uma caneta no pescoço dele.
Caso o batuqueiro pare e tenha em seu rosto um sorrisinho estilo Monalisa é provável que te deixe um bilhete com o número de celular ou te mande flores qualquer dia desses.
Seduzir sem intenção é um risco desta técnica.
Técnica número 2:
Assim que o cliente começar a batucar, coloque uma caneta na mão dele e peça para ele assinar algum papel.
Quando ele for assinar, pegue o papel de volta, pedindo "licença", e continue a fazer o que estava fazendo.
Depois de alguns segundos quieto, é provável que ele volte a batucar e, pior, use a caneta para isso.
Neste momento, peça novamente para ele assinar o papel. Depois, retire a folha como da primeira vez.
Repita essa operação exaustivamente até ele parar definitivamente.
Ou até ele se irritar e questionar:
- Ei! Você tá pensando que sou palhaço?
Não se preocupe. Até chegar a este ponto, você provavelmente já finalizou o seu trabalho.
Há o risco do cliente ficar te encarando e você achar que ele é o psicopata.
Uma saída pode ser a janela...
Técnica número 3:
O cliente chega. Pede sua ajuda. Enquanto você vai buscar o que foi pedido, ele começa a batucar no balcão.
Imediatamente, você fica em pé e, a plenos pulmões, puxa aquele famoso samba das antigas: "Viver!!! E não ter a vergonha de ser feliz... Cantar e cantar e cantar..."
O cliente fica paralisado!
Sua colega tira um pandeiro debaixo do balcão.
Outra aparece com um chocalho.
O pessoal da limpeza chega arrasando no cavaquinho e violão.
O surdo é por conta do seu chefe.
O samba esquenta e 8 passistas entram pela porta.
O leitor recua. Foge para o fundo. E quase tromba com o Mestre-Sala e a Porta-Bandeira.
Desesperado, ele corre. Enrosca-se nas alegorias até que consegue escapar para a rua. Um ônibus freia em cima dele. Ele volta para a calçada. Mas, é atropelado pela ala das baianas.
FIM
(Aí o leitor me pergunta: este "Carnaval" acaba assim?
Eu repondo: sim!
Afinal, já é quarta-feira.)
INSTAGRAM: PAULO SERGIO
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