A vida é cheia de mal-entendidos.
E na biblioteca não seria diferente.
Certa vez, uma leitora pediu ajuda:
- Bom dia! Por favor, Iracema?
E uma colega prontamente respondeu:
Todos rimos e a colega percebeu seu equívoco.
E é lógico que eu imaginei a continuação dessa conversa...
A leitora diria:
- A Iracema que eu falo é a do José de Alencar.
E a colega responderia:
- Mas, minha querida, se eu não conheço nem a Iracema como é que vou conhecer o marido dela, esse tal de José? Ainda mais ele sendo de Alencar. Ainda se fosse daqui de Atibaia...
Outra coisa que acontece muito é ligarem aqui por engano.
- Biblioteca, bom dia! (Sempre falo essa frase e em 90 % das vezes ela é ignorada)
- Bom dia! Eu queria saber quanto fica pra fazer um orçamento?
- Um orçamento?
- Sim. É o seguinte: minha calculadora científica caiu e agora todas as vezes que eu ligo aparece um monte de zeros...
- Então, mas é que aqui não...
- Ela até tá funcionando...
- Então, mas aqui é uma...
- Mas tem hora que aquele monte de zeros me atrapalha e eu não consigo fazer meus cálculos. O que o senhor me sugere?
- Eu sugiro "O Homem que Calculava".
- Como assim, não entendi?!
- Sugiro o livro "O Homem que Calculava" do Malba Tahan.
- Escuta! Aí não é da assistência técnica?
- Não. Aqui é da BIBLIOTECA!
- Pô, cara! Tá pensando que eu sou palhaço? Por que não disse isso antes?
- Mas foi a primeira coisa que eu disse...
Tarde demais. Ele já havia desligado o telefone na minha cara.